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domingo, 24 de fevereiro de 2019

Chuvas estancam perdas na soja no Brasil e favorecem safras de milho e algodão

Chuvas estancam perdas na soja no Brasil e favorecem safras de milho e algodão

Publicado em 22/02/2019 18:31 e atualizado em 24/02/2019 03:08
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Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - Chuvas recentes e previsões de continuidade de boas precipitações até pelo menos o início de março, em importantes regiões produtoras, servirão para ao menos estabilizar as perdas registradas na safra de soja do Brasil em 2018/19, segundo especialistas.
Uma pesquisa da Reuters nesta semana apontou uma redução na safra deste ano para 114,6 milhões de toneladas, na média de 12 especialistas, uma redução de quase 5 milhões de toneladas na comparação com o recorde da temporada passada.
Mas a safra tinha potencial para superar 120 milhões de toneladas, com um crescimento de área, não fosse o tempo seco e quente em dezembro e janeiro.
Os volumes de chuva serão relevantes no Rio Grande do Sul, Paraná e Estados da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) nos próximos dez dias, e muitas partes dessas áreas com safra ainda precisando de água terão precipitações acima da média, de acordo com dados do Refinitiv Eikon, da Thomson Reuters.
"Essas chuvas dão uma estancada (nas perdas)", disse o analista Fernando Muraro, da Agência Rural, lembrando que algumas áreas do oeste da Bahia foram muito prejudicadas com a estiagem em janeiro.
"Muito irregular, a irregularidade é a marca dessa safra", acrescentou, referindo-se às produtividades, que têm variado muito em áreas relativamente próximas, em função da falta de homogeneidade das precipitações.
No Paraná, Estado que talvez tenha sido aquele com maiores perdas, as chuvas esperadas não farão diferença para as regiões ao norte, mas ao sul podem ajudar a melhorar um pouco a média do Estado.
"Ela beneficia o sul do Estado... podemos ter uma produtividade melhor do que divulgamos este mês, talvez esses resultados da região sul venham diluir um pouco a perda", afirmou o analista do Departamento de Economia Rural (Deral), Marcelo Garrido.
"Realmente o clima melhorou em fevereiro, em janeiro foi bem seco em grande parte do país. Ainda tem uma certa indefinição...", disse a analista da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi, acrescentando que a consultoria deverá ter um novo número ao final da próxima semana.
SAFRINHA
Para o Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, as chuvas chegaram tarde demais para alterar o cenário, após o tempo seco e quente reduzir as produtividades, disse o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca.
A colheita de soja em Mato Grosso avançou para 80,3 por cento da área, e está mais de 20 pontos percentuais adiantada ante o mesmo período da safra passada, segundo o Imea.
Mas ele destacou que o tempo úmido está favorecendo o desenvolvimento da segunda safra, de milho e algodão --o Estado é o maior produtor brasileiro também das duas commodities.
"Para a safrinha está bom, bem mais chuvoso que janeiro", concordou Muraro, da Agência Rural.
O plantio de milho em Mato Grosso avançou para 86,56 por cento da área prevista, alta de quase 20 pontos ante o mesmo período da safra passada, segundo o Imea.
O sol, intercalado de chuvas, tem beneficiado os trabalhos e o desenvolvimento das lavouras de milho, destacou em análise o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Pesquisa da Reuters no início da semana apontou que a produção de milho na segunda safra 2018/19 do Brasil deve crescer cerca de 21 por cento ante a passada, puxada tanto por um aumento de área quanto por perspectivas de melhores produtividades.
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Fonte Reuters

Produção de etanol à base milho deve gerar R$ 400 milhões em ICMS aos cofres de MT até 2020, prevê Sindalcool


Por G1 MT
 

Usina de produção de etanol a partir do milho, em Lucas do Rio Verde — Foto: André Souza/G1Usina de produção de etanol a partir do milho, em Lucas do Rio Verde — Foto: André Souza/G1
Usina de produção de etanol a partir do milho, em Lucas do Rio Verde — Foto: André Souza/G1
A produção de etanol à base de milho em usinas na região Norte de Mato Grosso deve garantir ao governo uma arrecadação de R$ 400 milhões com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) até o final de 2020, segundo estima o diretor do Sindicato das Industrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), Jorge dos Santos.
De acordo com o diretor, quando o projeto começou a produção começou crescer, em 2015, foram arrecadados R$ 25 milhões em ICMS. Já em 2018, os cofres do governo recebeu R$ 80 milhões com o imposto.
Atualmente, Mato Grosso possui três empresas de etanol em construção divididas entre Sorriso, Sinop e Campo Novo do Parecis.
Existem outros cinco projetos de construção de novas usinas em Nova Marilândia, Campo Novo do Parecis, Nova Mutum, Jaciara e Vera, além de sete projetos em estudo em Primavera do Leste, Barra do Bugres, Campo Novo do Parecis, Nova Olímpia, Alto Garças, Alto Taquari e Cáceres.
A estimativa é de que cada indústria gere cerca de 250 empregos com salários que variam de médio a alto.
Um dos fatores que colaborou para o crescimento do etanol de milho, segundo Jorge, foi o aproveitamento do DDG – grãos secos por destilação.
“O que está impactando a utilização do milho na produção é o DDG e não o etanol em si. Na cadeia leiteira o DDG aumentou em 14% a produção, então está até sobrando. É mais barato transportar 280 kg de DDG a 42% de proteínas, do que 1.000 kg de milho”, ressaltou.
Com o crescimento dessa produção, o estado deve exportar o produto para outros estados por meio de vias ferroviárias, para que o etanol não seja desperdiçado nas estradas.
“Nosso foco hoje é em relação as ferrovias. Emergencialmente estamos analisando a possibilidade de realizar, a partir de abril, o transporte de etanol por vias rodoviária até Rondonópolis e depois seguir por via ferroviária”, explicou.
Já o DDG não deve ser exportado, segundo o diretor. “O DDG não vai sair daqui tão cedo, mesmo que a produção aumente, pois temos 30 mil cabeças de gado e 9 mil de suínos para serem alimentadas, então todo esse produto é vendido rapidamente no próprio estado”, pontuou.

Etanolduto

O Sindacool também está estudando a possibilidade de trazer o etanolduto – rede de tubulação para o transporte de etanol – para o estado nos próximos anos. Para isso, devem ser investidos cerca de R$ 4,5 bilhões.
Jorge ressalta que o etanolduto deve ser construído ao longo da BR 070, para que não seja necessário desapropriar áreas já ocupadas e preservar as áreas verdes.
No dia 8 de janeiro uma equipe do Sindalcool se reuniu com uma construtora e operadora do etanolduto em Uberaba (MG) e com o governador Mauro Mendes (DEM) para discutir o projeto.
“No dia 28 de dezembro a construtora recebeu do BNDES o empréstimo de R$ 1,8 bilhão que estava retido, por causa do problema da lava-jato, e isso é um valor para considerável para recomeçar”, disse.
Segundo o diretor, o governador sugeriu patrocinar o pré-projeto do etanolduto por meio do MT Par, mas ainda não se sabe o valor estimado.

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